30 setembro 2006

A Era do Byte

O acesso à informação. Um dos mais polêmicos assuntos da atualidade, pois traz consigo diversas temáticas, envolvendo pesquisadores das mais diversas áreas, no sentido de definir quais são as principais questões ou as mais importantes a serem tratadas neste tema. Pode-se perguntar: "a que informação?", ou "em que intensidade?", ou "de que forma a informação deve ser passada?", ou "existem informações inúteis?". O que é relevante discutir? Qual pode ser o âmbito em que essa questão deverá ser tratada?

O direito à informação parece estar ligado a um aspecto relevante da vida humana: o desenvolvimento da personalidade. É exatamente este atributo, a personalidade, que define a individualidade de cada humano. Ao contrário de outras espécies, que não têm a possibilidade de se comunicar (pelo menos conosco - isto não revela um antropocentrismo?), os seres humanos desenvolveram essa faculdade de várias maneiras, sendo a mais atual esta: a digital. Vive-se na Era da Informação, da Era da Supervelocidade, o tempo dos bytes, dos bits, da Internet, dos chats (todos termos "informáticos", que foram "furtados" do inglês, nos jargões utilizados pelos primeiros geeks do planeta). Criou-se uma nova cultura, na verdade, uma contra-cultura, pois o cultivo agora é o de idéias em massa, em lavouras globais, que ultrapassam todas as fronteiras conhecidas, vencendo a arbitrariedade de governos ditatoriais e lutando contra o poder selvagem do capital, ou submetendo-se a tudo isso, louvando-se a tecnologia da manipulação ...

Chamem-na como quiserem, Era disso ou Era daquilo; o quê convém ressaltar é que, esse novo movimento social tem uma dinâmica própria, trouxe consigo novas forma de trabalho e aprendizado, colocou em xeque toda a estrutura arcaica da imprensa e consegue, melhor que outra invenção qualquer, desenvolver seu próprio caminho criativo de sobrevivência. Bem, é sabido que o sistema econômico é refém desta "coisa", desse "bem" imaterial. A contrario sensu, pode-se cogitar que sem a superestrutura econômica, estas palavras não estariam aqui digitadas. Mas o poder por trás dessa idéia não está associado apenas ao vil metal; está plenamente associado às capacidades e necessidades humanas de deixar registrado momentos, histórias, memórias ... que fez desta raça a única capaz de deixar marcas conscientes, gravadas, registradas na natureza - a par da capacidade dos animais de marcar seu território com urina, para defender a caça. O objetivo da espécie é outro: influenciar de maneira criativa as gerações seguintes, fazê-las refutar as idéias do passado e criar novas formas de pensar, ou engesar o pensamento humano - conforme sejam os "bons ventos". E, com a ajuda desta "coisa", está-se a fazer grandes progressos, nas mais diferentes áreas do saber e das atitudes humanas.

É um desafio falar da informação. A linguagem e toda a sua estrutura lógica são a única saída capaz de entregar ao ser racional a chave que abre as portas da consciência, do pensar, da verdadeira liberdade. Se um dia se tentou caracterizar a liberdade, o mais próximo que se deve ter chegado dessa "quase impossível" tarefa foi falar na faculdade de expressar pensamentos de forma autônoma, deixando vir à tona o verdadeiro eu. Se existe um caminho para a liberdade, não se deve determiná-lo, pois tudo o que é determinado, se já não pressupõe um ser (sein), indica pelo menos um dever ser (sollen). Melhor falar-se numa curva, numa via de acesso, que pode ser a da libertação por meio da escolha livre das idéias que podem influenciar um indivíduo, a livre busca, o verdadeiro search: a Internet livre. Absurdo devendê-la livre, pois o seu alimento principal provém dos investimentos massivos em tecnologia de ponta, de vultuosas somas de dinheiro que tornam possível a co-existência dos cidadãos no mundo virtual. Mas, ressalte-se que, a comunidade virtual paga impostos, têm empregos, também são investidores, adquirem produtos e fazem funcionar essa mesma estrutura que movimenta o tráfego de informações na world wide web.

Estar conectado faz parte da nova ordem global: no trabalho e no lazer, na pesquisa e nas conversas, nas video-conferências e nas salas de bate-papo. A Internet(e) conseguiu aceitação do público porque ela sempre existiu na humanidade, escondida sob o firewall dos sonhos das pessoas que imaginavam um mundo sem fronteiras, sem censuras, com menos ignorância e dogmas. Ela era já a revista em preto e branco das garotas de maiô que alimentava a libido dos senhores maduros e carrancudos de hoje. Ela era o livro proibido que foi queimado pelo Reich. É claro que ela também era o livro de torturas da Inquisição, o "Mein Kempf" do ditador suicida, o manual do Unabomber, as pregações de Tim Jones e as promessas de ódio dos fundamentalistas reprimidos. Ela representa o indivíduo, em todos os seus aspectos, pois foi criada pelo hommo sappiens sappiens, essa curiosa espécie animal que tem o dom de transformar coisas naturais em anti-naturais, que consegue subverter a ordem natural e fazer o Sol brilhar na Terra para eliminar toda uma civilização. Essa criatura capaz das coisas mais belas as mais horrendas, capaz de amar e odiar. Falar da era do byte é dizer que o homem está mudando, se transformando numa nova "criatura". A nova sociedade política "internética" modificada pelo paradigma trazido pelos bytes contra os livros dos séculos passados; ela se revolta contra a fotografia no passaporte e contra o nome na certidão de nascimento, pois cada um pode adotar uma identidade virtual - que muitas vezes pode expressar a imagem daquilo que a pessoa guarda em relação à ela mesma. Confuso, não? Eis a busca, eis a questão.

A informação... a dúvida. Enquanto houver perguntas, o ser irá continuar sua jornada ao desconhecido, porque parece ser a própria dúvida sobre os "porquês" a mola que movimenta a existência. Quando se parar de se perguntar "porquê", então, a Era da informação e do byte terá chegado ao fim - ou quando não for mais possível produzir energia elétrica ... mas isso é outra conversa.
Publicado por A.T.P.

16 setembro 2006

"Risks", by Commonplace Blogs.

Though caution and common sense are certainly important, sometimes a risk is called for.
If you laugh, you risk appearing a fool.
If you weep, you risk appearing sentimental.
Reaching out for another is risking involvement.
Exposing feelings is risking revealing your true self.
Placing your ideas, your dreams, before a crowd is risking rejection.
Loving is risking not being loved in return.
Living itself carries with it the risk of dying.
Hoping is risking disappointment.
Trying is risking failure.
Nevertheless, risks must be taken, because the greatest hazard, pitfall, and danger in life is to risk nothing. If a person risks nothing, does nothing, has nothing, that person become nothing. He may avoid present suffering and sorrow, but he will not learn, feel, change, grow, love, or live. Chained by his fear, he is a slave who has forfeited his freedom. Only that person who dares, who risks, is free.
----------------------------------------------------------
Disponível em http://16harbin.blogspot.com/2006/09/though-caution-and-common-sense-are.html.

13 setembro 2006

Procura-se uma nova ordem moral (!)

Ser honesto é um desafio; de nada vale conhecer as regras de conduta social e não exercitá-las. Vencer o alter ego, driblar os impulsos, aceitar a derrota e, ainda assim, tentar afirmar-se enquanto indivíduo pacato, ordeiro, dócil enfim. O ser humano, criatura essencialmente livre, tem uma esfera de privacidade que dita o seu próprio caráter, que o diferencia dos outros humanos pelo critério da personalidade. A personalidade é algo tão sublime que foi objeto da tutela jurídica – em diversos ordenamentos jurídicos estatais. Mas, se o ser é racional e livre, o que faz dos homens e mulheres criaturas honestas?

02 setembro 2006

"Direito.gov" versus "Orkut.com"

O fantasma democrático é uma entidade imaginária, espectral, que assombra o paradigma democrático ocidental. Esta entidade paranormal habita o imaginário de juristas, filósofos, políticos, jornalistas (...), fazendo com que seus defensores fiquem confusos, muitas vezes, vivendo dois momentos bem distintos: fantasia e realidade. O conceito de democracia é bem amplo, não sendo possível se chegar à uma definição precisa e universal, tendo em vista as diferentes roupagens que o termo recebeu ao longo dos séculos e as dificuldades em se chegar a um consenso.

Artigos selecionados

Supremo Tribunal Federal

Conselho Nacional de Justiça

Tribunal Superior do Trabalho

Tribunal Superior Eleitoral